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R           although HTML is effective for describing Web  Nos finais da década de noventa do século passado, a
       E           content´s appearance – size, shape and colour  boa aceitação da nova especificação da XML – a XBRL
       V           –  it can´t describe the content itself. For exam-  – impulsiona o desenho de um plano de negócio para a
        I          ple, HTML defines a front style of text transmit-  sua difusão de uma estrutura originariamente denomi-
        S
       T           ted over the Internet, but it can´t tell what a  nada de XFRML –  eXtensible Financial Reporting Mar-
       A           character represents – a price, a profit, the age  kup Language, designação mais tarde abandonada, a
                   of an asset, (…).                             favor de XBRL, em Abril de 2000.
       D       Diagnosticado o problema de base na década de no-  Faria (2005a: p. 32) sintetiza-nos, nesta matéria, o es-
       E       venta, Bosak (1999), apud Zarowin e Harding (2000: p.  sencial:
               6), perspectivou uma linguagem que pudesse converter  XBRL é o mesmo que dizer linguagem extensí-
       C       a Internet numa “industrial-strength infrastructure”.  vel de informação empresarial, [constituindo]
       O       Insistindo junto da World Wide Web Consortium (W3C) 4  uma adaptação da linguagem de programação
       N       para que patrocinasse o desenvolvimento de uma tal lin-  informática XML, que pretende insurgir-se na
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       A       guagem, viu os seus esforços coroados de êxito, quando,  padronização mundial para a transmissão por
       B       em apenas poucos meses, juntamente com dois outros    Internet da informação financeira.
        I      engenheiros de software que a ele se haviam juntado no  O sucesso do modelo muito se ficou a dever, por um
       L       projecto, revelaram em 1998 uma linguagem de progra-  lado, (1) ao apoio dos principais organismos emissores
        I      mação que baptizaram de XML.                      de normas internacionais de contabilidade, aqui se acen-
       D       De acordo com Mota, Pereira e Soares (2005,) a carac-  tuando o relevante papel desempenhado pelo IASB – In-
       A       terística fundamental da linguagem XML prende-se com  ternational Accounting Standard Board , e por outro, (2)
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       D       a sua compatibilidade com a Internet. Salientam ainda  à criação, em 2000, de um consórcio (XBRL Internatio-
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               duas outras especificidades: (1) não-propriedade, ou  nal) que, agrupando cerca de 250 organizações, assu-
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       E       seja, nos termos de Hoffman, Kurt e Koreto (1999: p. 2)  miu como objectivo a difusão deste padrão à escala
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        F      open” e (2) extensibilidade, isto é, a circunstância do seu  Em termos práticos, o XBRL resulta assim como o coro-
        I      código ser partilhado e facilmente modificável.   lário da conjugação de esforços de algumas das maio-
       N       Os documentos XML possuem uma estrutura por ele-  res organizações mundiais (em diversas áreas de
       A       mentos e na sua sintaxe são delimitados por etiquetas.  negócio), no intuito de harmonizar o processo de relato fi-
       N       Bonson e Andrés (2003) apresentam-nos uma estrutura  nanceiro, numa perspectiva de criação de valor, que se
       Ç
       A       conceptual da linguagem XML, que telegraficamente sin-  materializa numa plataforma única, de publicação,
        S      tetizamos como segue:                             acesso e análise dos relatórios e contas divulgados pelas
               para a construção de um documento XML é necessário  empresas. Por outras palavras, é um formato electrónico,
       N.º     que o mesmo cumpra quatro regras básicas de sintaxe;  que visa simplificar a troca de informação financeira entre
       101     essas regras podem implementar-se de duas formas:  diversos softwares.
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               mediante um esquema (“schema”) XML ou             Como conclui Silva (2002: p. 4), o XBRL
               mediante uma DTD (Document Type Definition) 7         é uma adaptação da linguagem XML ao con-
               Esta estrutura conceptual, formada pelos documentos   texto específico em que operamos, [na qual]
               XML, em combinação com as DTD e os esquemas XML,      foram definidas etiquetas (tags) que identificam
               proporciona um quadro de referência para a representa-  univocamente todos os itens que devem apare-
               ção de contextos partilhados e transmissão mais efi-  cer num relatório e contas, [devendo] estar
       8       ciente da informação através da Internet.             adaptadas aos princípios contabilísticos geral-
                                                                     mente aceites a que o relatório obedeça, exis-
               3 – XBRL: Uma Derivação da Linguagem XML              tindo já dicionários de etiquetas (taxonomias)
               A filosofia XML aplica-se a numerosos campos, nos do-  criados para os US-GAAP, United States Gene-
               mínios empresarial e económico, mas não exclusiva-    rally Accepted Accounting Principles [e] para as
               mente, no sentido de resolver os problemas inerentes à  Normas Internacionais de Contabilidade (…).
               transmissão da informação.
               A versão que mais nos interessa estudar é a que resulta  4 – XBRL: Benefícios da sua Implementação
       A       da ideia pioneira de Charles Hoffman. O autor, em 1998,  Para as entidades emissoras da informação financeira a
        b      observou que a linguagem XML não preenchia na totali-  adopção da XBRL resulta numa poupança de custos,
        r      dade as necessidades específicas da comunidade de re-  pois a informação é introduzida apenas uma vez nas apli-
        i      lato financeiro.                                  cações informáticas (Mota, Pereira e Soares, 2005).
        l      Reconhecendo que o repertório da linguagem XML se  A limitação de erros no processamento dos dados reduz-
               mostrava insuficiente, elaborou por sua conta diversos  -se consideravelmente. No campo das vantagens para
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               protótipos de demonstrações financeiras e programas de  os utilizadores da informação financeira, o tempo e o
               auditoria codificados em XML. Estes protótipos foram  custo de acesso à informação financeira vêm reduzidos,
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        u      apresentados a Wayne Harding, chairman do American  na medida em que a obtenção de dados neste padrão é
        n      Institute of Certified Public Accountants (AICPA), que em  independente do software e do hardware utilizados tanto
        h      estreita articulação com a empresa de Hoffman, acorda-  pelo emissor como pelo utilizador da informação.
        o      ram, com o patrocínio do primeiro, o financiamento de  Almeida (2005) também expõe para as organizações um
               um projecto de desenvolvimento de uma versão aperfei-  conjunto de benefícios relacionados com a apresentação
        2      çoada dos protótipos deste último.                da informação financeira em sede de XBRL, de entre os
        0      Assim que outras organizações foram tendo conheci-  quais enumeramos os que seguem:
        1      mento do trabalho em parceria, foram contribuindo com  • troca automática e segura de informação financeira;
        0      os seus esforços para a joint-venture.            • melhoria do acesso à informação financeira, dado esta
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