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(Oj — Ej) 2
Qui-quadrado ( ) = Σj 1) Os dados internos registam uma história dos aconteci-
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Oj - valores observados Ej mentos de perdas causadas por falhas operacionais,
tais como erros provenientes das transações. Estes
Ej - valores esperados de acordo com a distribuição normal dados devem em seguida ser transformados em esti-
Quadro com o cálculo da estatística do Qui-quadrado: mativas de perdas, tais como penalidades ou coimas
pagas por não se ter cumprido um contrato, e em indi-
diferença cadores de frequências de acontecimentos de perda,
perda observada Esperada diferença diferença quadrada
quadrado relativa por exemplo, taxas de erros e volume de transações
0 6.000 2.492 3.508 12.304.455 4.937 associadas. O modelo deve ser revisto periodicamen-
500 1.200 2.650 -1.450 2.102.143 793
1000 1.060 2.586 -1.526 2.329.216 901 te, bem como a amostra que serve de base para verifi-
1500 1.140 1.551 -411 169.175 109 cação da importância dos erros no modelo. As perdas
2000 330 572 -242 58.384 102
2500 180 129 51 2.574 20 frequentes e de montante reduzido adequam-se, regra
3000 90 20 70 4.900 245 geral, à análise estatística.
1.000 10.000 7.107
2) Por contrapartida, as perdas raras de montante eleva-
Os valores da tabela da estatística do Qui-quadrado para do provêm geralmente de dados externos. O ideal
↑
(↓(0,95) 2 x 12,6 e (↓(0,99) 2 x 16,8 para v = 7-1 = 6 seria que os dados provenientes de diversas institui-
↑
graus de liberdade permitem concluir face ao valor apurado ções fossem comparáveis. Mas infelizmente os dados
de 7107 que a distribuição das perdas do risco operacional sobre perdas são escassamente publicados e divulga-
não segue, regra geral, uma distribuição normal. Esta situa- dos. As instituições preferem, por questões de reputa-
ção pode igualmente ser comprovada, através do respetivo ção, não revelar as falhas. Deste modo, as bases de
gráfico: dados públicas são portanto suscetíveis de estarem
Gráfico comparativo das perdas observadas e das perdas enviesadas, nomeadamente quando se trata de falhas
esperadas (distribuição normal) tenológicas que raramente são divulgadas.
Outro problema resulta de as perdas provenientes de dados
externos corresponderem a um certo tipo de atividade e a um
certo tipo de controlo interno, e não se podem aplicar, ipso-
facto, a instituições com outras caraterísticas.
Práticas recomendadas pelo Comité de Supervisão
Bancária de Basileia 5
O Comité de Supervisão Bancária de Basileia recomenda um
conjunto de práticas com vista a uma adequada gestão, miti-
gação e supervisão do risco operacional, a saber:
Possuir um adequado ambiente de gestão do risco
O desafio da recolha de dados operacional que contemplo todas as seguintes verten-
tes: identificação, avaliação, monitorização e controlo
e mitigação;
Contrariamente aos riscos de mercado e de crédito, o risco Estabelecer políticas de identificação, gestão e contro-
operacional provém, conforme já referido, essencialmente de lo de risco operacional e proceder a avaliações regula-
processos internos. É muito raro acontecer perdas de mon- res dessas políticas;
tantes muito elevados. O desafio consiste em construir base Documentar e divulgar internamente, de um modo
de dados de perdas associados a fatores que os provocam.
Na prática são utilizados quer dados internos, quer dados _____________________________________
5 Divulgadas num documento técnico do próprio Comité: SoundPractices for the Management
externos à instituição. andSupervisionofOperationalRisk (fevereiro de 2003)

